SENTADO DE MENTE VAZIA
OLHO EM FRENTE
E VEJO PASSAR TANTA GENTE
INDIFERENTE
O VELHOTE QUE TEM
UM CIGARRO NA BOCA
E A SENHORA QUE VEM
COM O SACO DO PÃO
A CRIANÇA QUE CHORA
ATÉ FICAR ROUCA
E O GATO QUE PASSA A FUGIR
DO CÃO
SENTADO DE MENTE VAZIA
OLHO O CÉU
PERGUNTO, SENHOR, POR FAVOR
QUEM SOU EU?
SOU O VELHO QUE TEM O CIGARRO
NO FIM
OU SEREI A SENHORA QUE PASSOU
POR MIM
FUI CRIANÇA E TAMBÉM EU
CHOREI ASSIM
OU SEREI EU O GATO QUE FOGE
DO CÃO
SENTADO DE MENTE VAZIA
OLHO O CHÃO
E TENTO ASSIM PERCEBER
A RAZÃO
QUEM SOU EU
AFINAL
E O QUE FAÇO
AQUI
E A LÁGRIMA CAI
E A CRIANÇA SORRI
SENTADO LEVANTO A CABEÇA
E PERCEBO
AFINAL O VELHOTE É A CRIANÇA
QUE RI
E A SENHORA QUE PASSA
É APENAS O TEMPO QUE PASSOU
POR MIM
ENQUANTO DE MENTE VAZIA
EU FIQUEI AQUI
À ESPERA DO FIM
MAS LEVANTO-ME E SEI FINALMENTE
QUEM SOU
ENCONTRO A RESPOSTA E JÁ SEI
ONDE ESTOU
AO LONGE O VELHOTE E A SENHORA
DO PÃO
DIZEM ADEUS À CRIANÇA
QUE BRINCA NO CHÃO…
COM O GATO
E O CÃO
FOI O MEU REGRESSO
À CASA DA FOZ
AO MEU PORTO
DE ABRIGO, ÓH SAUDADE ATROZ
FOI UM SONHO LINDO
ESTE QUE SONHEI
MAS DURANTE O SONHO
SEI QUE REGRESSEI
E AGORA VOU
POIS JÁ SEI QUEM SOU
Gosto... como de tudo o que escreves e que tem sido tão pouco, ou não tenho estado atenta!!!
ResponderEliminarTemos encontro marcado por aqui... beijos!!!
Escrita sentida e profunda, quem lê sente.
ResponderEliminarParabéns
A casa da Foz... A porta ainda do lado esquerdo. O 18 (eléctrico) que passava à porta (o tim-tim como dizíamos na meninice). As janelas da casa da D. Graziela. Saudade do pai, da Glorinha, da D. Gininha...
ResponderEliminarQuanto ao poema, simplesmente fantástico!
Parabéns Zé. Beijinhos. Susana Freitas
Não costumo comentar comentários, mas desta vez "tem que ser". Piuxa, amiga de muitos anos, obrigado. Ferreira, camarada de trabalho, obrigado. Susana, amiga (quase irmã) de infância, um obrigado especial. Pelo Sr. Armando, meu "treinador". Pela Sr. Glória, nossa amiga e claro... pela Dª Gininha, como carinhosamente a recordas, minha mãe.
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